| Descrição |
O Jardim surge integrado num plano de urbanização, que iniciou a sua implementação em 1954. Este plano surgiu por solicitação dos responsáveis autárquicos Vila-realenses à Direcção Geral dos Serviços de Urbanismo do Estado.
Entre a equipa de arquitectos paisagistas estava António Viana Barreto, que elaborou o projecto do Jardim, e Ilídio de Araújo, responsável pela fiscalização e acompanhamento da obra.
O jardim expressa claramente alguns dos princípios da arquitectura paisagista modernista, correntes na época. É um pequeno jardim de proximidade, de traçado despojado, de fácil manutenção, preservando ainda as principais unidades vegetais bem como todas as estruturas construídas, muros de pedra e pavimentos de grande laje de granito. Percebe-se também a atenção dada ao conforto micro-climático do jardim, dos arruamentos e dos edifícios limítrofes.
A estrutura base do jardim, de limite quadrangular bem definido, é marcada por uma zona pavimentada, que define um percurso em linha curva e em leque, e faz a ligação das ruas adjacentes (a Norte e a Oeste), convidado a entrar e percorrer. Este largo/caminho define uma clareira rematada por um relvado relativamente plano que faz concordância altimétrica com a rua (a Oeste) e por um maciço de vegetação de azevinho e vidueiro (a nascente) que se sobreleva gradualmente até cerca de 1 metro. Este ecrã de vegetação serve de tela de fundo para uma estátua à memória de Diogo Cão.
Os materiais de construção originais utilizados e ainda presentes, são o asfalto betuminoso no largo/caminho e o granito nos muros de suporte em blocos e nos bancos encastrados nos muros. O passeio circundante é lajeado em grandes blocos também de granito. Entre o mobiliário não original à construção do jardim, contam-se os candeeiros de iluminação aérea, o bebedouro, e uma tabela de basquetebol.
Na vegetação, para além dos relvados, encontram-se árvores que compõem o maciço de enquadramento entre as quais vidueiros e azevinhos, e árvores de pontuação como o larice-europeu e uma tília. Inicialmente o maciço composto pelos vidueiros e os azevinhos constituíam uma barreira visual cerrada, que posteriormente foi aberta com a limpeza dos fustes, por razões de segurança.
[SB]
[FM R-15/11/2008] |