Arte Paisagista no Norte de Portugal

Inventário de Sítios de Interesse

Ficha de Inventário

Referência: VRPR0012
Designação: Quinta de Santa Júlia de Loureiro
Tipologia: Jardim Privado / Quinta de recreio
Propriedade: Privada
Distrito: Vila Real
Concelho: Peso da Régua
Freguesia: Loureiro
 
Uso Actual: Agrícola e Industrial: quinta de produção vitivinícola / Residencial: casa de habitação / Turística: casas reconstruídas
 
Descrição
A Quinta de Santa Júlia de Loureiro, outrora designada como Quinta de São Gião, é actual propriedade de Eduardo Costa Seixas que a herdou da família onde tem permanecido ao longo dos tempos. A origem da quinta data dos finais do século XVII, onde as suas estruturas construídas têm sido acrescentadas e modificadas até aos dias de hoje. É uma Quinta produtora de vinhos reconhecida internacionalmente.

A Quinta estrutura-se entre o vinhedo, a mata, a casa mãe e os jardins envolventes.

Calcula-se que a data de plantação da mata ronde o princípio do século XIX, e desde 1931 a mata tem a classificação de interesse público atribuída pelo Ministério da Agricultura. Nela podemos encontrar alguns elementos que lhe dão um carácter de mata de recreio, como a casa de chá e uma estrutura acastelada. Por entre a vegetação arbórea podemos encontrar, Tílias, Castanheiros, Azevinhos, Pinheiros-Bravos, Eucaliptos, etc. É pela mata que temos acesso ao interior da Quinta e que é possível aceder à casa principal. No percurso de acesso, encontramos uma fonte em forma de peixe presumivelmente da autoria do arquitecto Nazoni, assim como indica o proprietário da casa, trazida para ali de uma propriedade situada na cidade do Porto.

É junto da casa principal que podemos aceder aos jardins. Estes distribuem-se pela parte sudoeste da casa, em patamares suportados por muros de xisto. Os jardins dividem-se em duas unidades bem distintas. Um, mais pequeno, em frente à fachada principal, com um traçado simétrico e com figuras geométricas curvilíneas em sebes de buxo topiado, onde no seu interior se encontram arbustos ornamentais e planta floríferas herbáceas, e algumas figuras zoomorfas, também em buxo topiado. Na fachada principal encontramos alguns pormenores particularmente interessantes, como nos refere o proprietário, fruto da sensibilidade em compor espaço herdado pelas suas tias. Encontramos, na escadaria de acesso ao piso superior vasos que pontuam os degraus com 3 bonsais centenários sobreviventes. Em baixo num pequeno recanto encontramos um nicho acolhedor com duas cadeiras de madeira que rodeiam um pequenino lago com alguns Nenúfares e vasos de sardinheiras que o decoram. Aliás, neste jardim torna-se frequente encontrar alguns destes recantos, votados, á contemplação do jardim e da paisagem vinhateira que o envolve. Do lado nordeste deste jardim encontramos uma piscina recente, num patamar desnivelado, não interferindo sobre e dentro do jardim. A outra unidade que completa os jardins da Quinta de Santa Júlia Loureiro encontra-se mais a sudoeste e prolonga-se em rectângulo neste sentido. No patamar que lhe dá acesso, encontram-se alegretes que rematam o caminho. Os patamares subdividem-se em rectângulos com perímetros em sebe de buxo, rematados nos vértices com formas cúbicas e semiesféricas. No interior destes encontram-se uma multiplicidade de espécies ornamentais arbóreas, arbustivas dispersas sem rigor geométrico no seu compasso.

Algumas das espécies que podemos encontrar neste jardim são, Cameleiras, Lagestroémias, Azevinhos, Teixos, Loureiros, Prunus, Roseiras ‘Bela Portuguesa’, Pionias, Macieiras Bravo-Esmolfe, entre muitas outras. O proprietário recorda ainda um Acer negundo, entretanto extinto com a folhagem completamente branca, que dava ao jardim um especial encanto.

[SB,4/2008]
 
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