| Descrição |
Classificado como Monumento Nacional, a Sé de Lamego situa-se no centro urbano numa das zonas nobres da cidade, próximo a outros espaços como o Museu de Lamego (antigo Paço Episcopal) e os jardins da Avenida Visconde Guedes de Teixeira.
Diz-se que foi fundada no século VI sobre um "sacellum" luso-romano. Sabe-se que “o bispado de Lamego está documentado desde muito cedo na História do Cristianismo peninsular, datando a primeira referência de 572, ano em que o bispo Sardinário esteve presente no II Concílio de Braga. O edifício que hoje conhecemos começou a ser construído nos meados do século XII, por patrocínio parcelar de D. Afonso Henriques, sobre uma antiga capela dedicada a São Sebastião, esta mandada edificar pela condessa D. Teresa algumas décadas antes. Do período românico resta a monumental torre que flanqueia a fachada principal pelo lado Sul”. [IPPAR]
É uma catedral de influência gótica e que mantém a torre quadrada original do românico, mas o resto da arquitectura reflecte as modificações feitas nos séculos XVI e XVIII destacando-se um janelão manuelino e um claustro renascentista. Nicolau Nasoni foi chamado a intervir no século XVIII para pintar as abóbadas da nave central.
“Planta rectangular irregular, composta por igreja, claustro, casa do Cabido e dependências, adossadas à fachada lateral direita, de volumes articulados e disposição horizontalista das massas, com coberturas diferenciadas de telhados de uma água (naves laterais), duas (nave central, capela-mor e ala N. do claustro), três (dependência a E.) e quatro (cruzeiro, torre, capela adossada à mor e casa do cabido) e em terraços sobre duas alas do claustro. (…) CLAUSTRO quadrangular, de seis tramos assentes em colunas toscanas com bases oitavadas e com capitéis decorados no lado N., com motivos antro e fitomórficos, tendo chafariz central e quadras com roseiras; as alas têm pavimento em calhau rolado e coberturas em tecto plano de madeira. Na ala E., duas portas de arco a pleno centro, uma delas de acesso ao transepto, surgindo, ainda, duas capelas com acessos por vãos em arco abatido, gradeados, contendo sepulturas. (…) No lado do Evangelho, em plano superior, uma varanda ou tribuna de dois arcos a pleno centro e cobertura em abóbada pintada com ramadas de acantos, de forma estrelada, tendo, na ligação das nervuras, quatro chaves, sendo a do meio armoriada. Na ala S., porta para a nave lateral e, na O., duas portas para divisões incaracterísticas. As alas N. e O. possuem, no nível superior, varandas apoiadas em colunas, com coberturas em vigamento de madeira.” (DGEMN)
O claustro tem quatro quadrantes delimitados por caminhos em laje de pedra granítica. Ao centro o chafariz, com pedra do mesmo material, encontra-se ligeiramente sobrelevado em relação ao resto. Os quatro cantos do claustro são delineados por buxo e no seu interior abundam roseiras. Nas arcadas, a estereotomia do pavimento apresenta rectângulos delimitados por laje de granito com desenhos com seixo rolado no seu interior.
[SC, 10/2007]
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