Arte Paisagista no Norte de Portugal

Inventário de Sítios de Interesse

Ficha de Inventário

Referência: VISJ0352
Designação: Casa do Cabo/ Tribunal da Comarca
Tipologia: Jardim Privado / Quinta de recreio
Propriedade: Pública
Distrito: Viseu
Concelho: São João da Pesqueira
Freguesia: São João da Pesqueira
 
Uso Actual: jardim público
 
Descrição
A Casa do Cabo, casa brasonada do final do séc. XVIII, serve actualmente o Tribunal da Comarca de São João da Pesqueira. Fica ligeiramente distanciada do núcleo urbano central da vila, hoje numa zona de expansão, de novos equipamentos e arruamentos. Diz-se que o nome, Casa do Cabo, teve origem precisamente no facto de esta ser uma das últimas casas do lugar.

A nascente da casa e num patamar superior, acessível por escadarias de granito, encontra-se um jardim formal, de canteiros delimitados por banquetas de buxo anão, interiormente plantados com arbustos e herbáceas ornamentais, como roseiras, folhados e alfazemas. Na estrutura verde destacam-se três camélias, um evónimo de grande porte e dois magníficos teixos que marcam uma das entradas para o jardim e já referidos, em 1962, por Ilídio de Araújo na sua obra Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. O lago em granito, circular e com repuxo, é o elemento central e focal do jardim e é a partir dele que se estrutura o desenho em buxo. No espaço circundante ao lago destacam-se os bancos curvos de pedra de granito e, sobre estes, novos arcos metálicos, com roseiras recentemente plantadas, acusando uma tentativa de recriar a estrutura que em tempos aí existiu. O arquitecto paisagista Ilídio Araújo refere, no seu livro Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal, um “jardim constituído por um amplo terrapleno com canteiros recortados por banquetas de buxo, tendo no meio algumas esculturas e pequenos tanques com repuxos”. Actualmente, os “pequenos tanques com repuxos” não se encontram no jardim.

O espaço é ornamentado com estatuária em granito característicos da época. Em cada um dos quatro canteiros que circundam o lago existiram quatro estátuas de mulher em representação das quatro estações do ano. Hoje, apenas subsistem duas tendo sido ocupados os lugares das outras duas por taças, também em granito. Os caminhos são em saibro.

O jardim está bem conservado e a sua integridade parece ter-se perpetuado até aos dias de hoje ou, pelo menos, não se verificaram alterações dignas de registo nos últimos 60 anos. Contudo, destoam do conjunto os candeeiros e as papeleiras e as alterações verificadas na envolvente ao jardim também contribuem para a alteração do seu carácter.

[SC, 10/2007]
 
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