| Descrição |
A Casa da Azenha, cujas origens remontam ao século XVII e as referências ao jardim remontam ao século XVIII, pertencia à Casa da Corredoura, também em Cambres, sendo o local onde se produzia o azeite, daí a sua designação. Actualmente pertence a Manuel Mouzinho de Albuquerque de Mascarenhas Gaivão, tendo sido classificada em 2004 como Imóvel de Interesse Municipal e encontra-se integrada na paisagem do Alto Douro Vinhateiro, classificada pela UNESCO.
Esta quinta localiza-se numa zona relativamente plana, sendo atravessada pelo rio Bom. Para além da casa e jardins formais e zona de produção agrícola de pequena escala, a quinta possui 13ha de produção vitivinícola. A paisagem envolvente, naturalmente marcada pela presença de vinhedos, delimitados por alinhamentos de oliveiras, é de grande qualidade visual contribuindo para a valorização desta quinta.
A chegada à casa faz-se a partir de uma estrada entre muros. Junto ao portão, a presença de um grande cedro marca um recanto aprazível para a leitura, facilitada pela presença de um banco revestido com fragmentos cerâmicos e conchas. Do portão passa-se para um pátio empedrado, marcado pela presença de um pequeno tanque e carranca em granito. Daqui acede-se a um patamar inferior com jardins formais de buxo, sendo de destacar duas unidades principais: um jardim de buxo dividido por dois eixos ortogonais, cujo centro é marcado por uma taça em granito lavrado, e outro jardim de buxo, de organização idêntica, mas cujo elemento central é um relógio de sol rodeado por quatro pirâmides em buxo talhado. Actualmente os canteiros destes jardins organizam-se por espécies, aromas e cores onde dominam o roxo e o branco dos agapantos e o cor-de-laranja das estrelícias. No conjunto da vegetação, encontram-se espécies arbóreas como áceres, cedros, magnólias, carvalhos, canforeiras, chorões, olaias e uma tília, que se destaca pelo seu grande porte, para além de fruteiras, como laranjeiras e pessegueiros. Outras espécies arbustivas e herbáceas, como camélias, hortênsias, glicínias, lírios, canas da Índia, madressilvas, contribuem para adicionar diversidade e colorido ao espaço. A quantidade e a disposição aleatória das espécies dentro dos canteiros de buxo, dificulta a leitura do espaço e do seu carácter geométrico. O jardim é também pontuado por vários elementos decorativos destacando-se um conjunto de bancos revestidos com fragmentos de cerâmicas, profusamente coloridas, sem contudo ter um relação fundamental com a estrutura do jardim. No limite sul do jardim de buxo de maiores dimensões encontra-se um pequeno nicho dedicado à devoção a Santo António.
O patamar a poente deste conjunto da casa e jardins formais, onde anteriormente se terão cultivado plantas de interesse hortícola e pomares está hoje parcialmente ocupado por uma moderna piscina e um relvado.
[SB,04.2008]
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