| Descrição |
A informação documentada conhecida faz remontar as origens da Casa da Breia ao século XV, embora o edifício que hoje existe seja datado do séc. XVII com alterações e remodelações introduzidas nos dois séculos seguintes, sobretudo no XIX.
“O edifício habitacional, e porventura o mais antigo (apenas parcialmente restaurado no século XIX por Manuel Filipe Martins Leite de Barros), desenvolve-se numa planta em forma de U, com alçados depurados, apenas animados pela presença de pilastras e uma série de vãos moldurados. (…) A fachada da capela tem continuidade num muro alto, (…) onde se abre o portão de acesso ao pátio interno. Este foi objecto de um restauro no decorrer do século XIX, (…) que reformulou a ala direita do edifício.” IPPAR1
No alinhamento do portal de acesso ao pátio surge uma alameda de sebes de buxo arbóreo, relativamente altas, que terminam num outro portão de ferro forjado a Norte, junto à via pública. De um lado e outro destas, uma ou outra árvore de fruto ainda subsiste.
O jardim surge a Nascente do corpo principal do edifício, numa área organizada em socalcos delimitados por muros de pedra de granito. O jardim ocupa um socalco intermédio, estando os outros destinados à produção agrícola, e tem características formais marcadas pela presença de sebes de buxo anão que formam motivos aparentemente geométricos. Contudo, o desenho não é totalmente perceptível devido à falta de manutenção, mas a sua integridade parece não estar grandemente afectada. Se o desenho exibiu alguma simetria, não é evidente à primeira vista. Os canteiros de buxo rodeiam sobretudo as camélias ou os locais prováveis de maciços de vegetação sub-arbustiva. Não há indícios de que o jardim seja contemporâneo à casa, revelando-se, antes, bastante provável que seja significativamente posterior à fundação da propriedade. Muito provavelmente terá sido construído numa das últimas intervenções, no final do século XIX ou inícios do século XX seguindo a moda de construção dos jardins de buxo que marcou a paisagem das Terras de Basto. É possível, avaliando o porte actual das camélias, que estas tivessem sido plantadas por essa ocasião.
Identificam-se na zona central do jardim um ou dois tanques de forma aparentemente hexagonal, com repuxo, e aparentemente com um carácter algo moderno indiciando uma eventual intervenção das primeiras décadas do século XX. Contudo, devido ao facto de se encontrarem parcialmente encobertos por bambus e papiros em crescimento descontrolado, a avaliação das suas características e da sua relação com o desenho do jardim não pôde ser devidamente efectuada.
Devido ao grande valor histórico e cultural que esta propriedade representa para o concelho, tendo sido residência do 4º conde de Basto, a casa está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1996 (2/96, DR 56, de 06-03-1996).
Este sítio integra-se numa paisagem predominantemente rural e próximo de dois outros espaços de interesse para o concelho como a Casa do Casal e a Casa de Mourigo.
[SC, 07/2007] |
